sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Post de hoje

Palavras que são digitadas tão friamente numa tela de computador podem até emocionar, mas não querem dizer coisa alguma. Quer dizer, quando você digita "eu te amo" isso não tem valor algum. Até mesmo quando se fala, essas palavras não me soam diferentes ou melhores do que as outras. Pode ser que o meu problema esteja com essas três palavras, seja qual for a forma em que elas apareçam. Mas não. Existem outras com significado semelhante com as quais eu não consigo mesmo me dar bem. Sou tão descrente delas. De quase tudo o que é positivo. Às vezes me dá nojo. Eu sei que já cansei de fazer isso e juro que quando o fiz, era verdadeiro. Mentira, só algumas[rs]. O fato é que eu quis escrever aquilo, naquele momento. Acreditando ou não eu escrevi e na hora não havia nada melhor pra digitar. Me sinto tão estranha por não poder me encaixar nesse tipo de coisa. É tão estranho ver "todos" fazendo uma coisa com tanta certeza e perceber que você é incapaz de fazer também. Tá, talvez eu devesse agradecer. Só que eu não sei o quê ou por quê. Esse tipo de mentira(e todos os outros tipos também, creio eu) só existe porque se nós tivéssemos que dizer a verdade sobre os nossos sentimentos o tempo todo, não existiria relação possível. Verdade dói e ninguém suporta muito a dor, por isso todos nós mentimos, o tempo todo. A mentira é um mal que pode abrir feridas muito difíceis de cicatrizar, mas só quando a verdade é revelada. Então o nosso problema é com a verdade mesmo. "A verdade liberta." O problema, claro, é o depois. O pós verdade é que se torna o garnde calvário, onde você se torna primeiramente o grande idiota por ter sido feito de bobo por tanto tempo, e depois chega a desconfiança e o ceticismo que te torna tão patético quanto os iludidos mundo afora. Você se sente grande coisa porque enfim consegue ver o mundo como ele é e chega até a sentir pena dos que vivem se escondendo sob suas mentiras, mas bem lá no fundo você desejaria poder acreditar em tudo de novo, com a mesma intensidade e certeza de antes. É uma pena que depois que se descobre certas verdades, nada nunca volta a ser a mesma coisa. E diante de tudo isso, a gente só se pergunta qual é o melhor caminho pra ser feliz. Isso, é claro, se essa tal felicidade existir.