terça-feira, 26 de abril de 2011

O que eu já não sei mais...

Eu não sei como começar essa postagem, mas eu estou escrevendo mesmo assim. Neste exato momento um sentimento extremo de confusão me atinge. Ou não atinge. E esse é o ponto. Estou exatamente no momento em que você não tem ideia do que sentir. E você simplesmente não pensa sobre isso. Claro, sentimentos não podem ser racionalizados, mas existe um momento em que você consegue pensar sobre o que está sentindo. E eu não sei mais o que eu tenho sentido. Amor, tristeza, alegria, dor, frustração e até mesmo confusão; tudo isso tem se tornado superficial pra mim. Ou pelo menos é o que me parece à primeira vista. Não que eu seja superficial ou que isso não me importe. Pelo contrário, acho que me importa tanto que agora tem me incomodado o fato de eu não conseguir mais ter uma percepção mais aguçada dos sentimentos que tenho. Não sei distinguir ou mesmo nomear. Eu nem sei se o que sinto é real. E isso quando sinto. Só que na verdade isso não me importa tanto assim. Não penso sobre isso. Não tenho pensado sobre muitas coisas. Coisas que parecem morrer pra mim a cada dia. Tudo o que um dia costumava ser, agora é só uma sombra bem distante, como uma lembrança de um sonho que você sequer tem certeza de já ter sonhado. E isso me leva a crer que é a consciência das coisas é que as fazem reais para você. Tudo existe. Mas se você não reconhece, se você não adquire uma consciência sobre tais coisas, elas não serão reais pra você. Só que deixar que um fato se torne apenas uma lembrança distante é como deixar morrer uma parte de você. E eu não quero perder vida, não quero morrer um pouco cada dia em que deixo de lembrar como sentir alguma coisa, qualquer coisa. Eu quero ser intensa como costumava ser. Eu quero sentir em cada parte do meu corpo o que a dor, a felicidade, o amor, a raiva, a tristeza, o ódio tem pra me dar. Não quero uma vida automática, superficial, insossa. Quero poder sentir de novo alguma coisa que me faça acreditar que eu to viva. Quero ter certeza e estar na dúvida, mas quero sentir que tenho certeza e que estou na dúvida. Não quero que isso não me importe, como muitas outras coisas não tem me importado. Onde eu estou? Queria querer saber. Mas daqui a dois segundos eu não vou mais me importar. Eu não sei o que pensar. Eu só sei que quando a sujeira se acumula debaixo do tapete, fatalmente chegará a hora em que alguém precisará limpar. Eu não sei se vai ser uma boa ideia estar por perto na hora da faxina. Mas a quem é que eu estou enganando? Eu não tenho escolha. O monstro ao qual eu tenho alimentado só cresce, e ele precisa morrer para que eu possa renascer. Só espero que isso passe, algum dia, qualquer dia.

terça-feira, 5 de abril de 2011

O coração do homem
Vive sempre em desalinho
Quando está só quer ficar junto
Quando está junto quer ficar sozinho
Pobre de mim que sou ser humano
Pena de mim que não sou passarinho.