quinta-feira, 15 de julho de 2010

dead man walking

Eu gostaria de não me importar. Não tentar esquecer, mas nem ao menos lembrar. Gostaria de não achar. Achar pode virar uma quase certeza e quase certezas são perigosas. Gostaria de passar por entre as coisas e as pessoas e sair intacta. Pode levantar no outro dia e pensar que o ontem é passado e é lá que ele deve permanecer. Saber que o hoje é um outro dia. Gostaria de não saber. Mas não seria vida e sim sobrevida. Não se pode passar por uma pedra sem que ela interfira no seu caminho. Todas as coisas tem razão de ser, mesmo aquelas que nos machucam. Eu não entendo e talvez você também, mas tudo acontece como deve acontecer. Não há um fim claro. Ninguém sabe exatamente onde tudo isso vai terminar, mas sabemos que de fato, terminará. O que é bom ou ruim? Qual é o bem e o mal? Onde tudo isso foi delimitado? Certamente não nas nossas mentes. Todas as coisas deste mundo sofrem as consequências de nossas escolhas. E isso não pode ser em vão. O que de fato você se tornou? A maneira com a qual tratamos a vida não pode estar certa. Não que eu tenha medo da morte, ao contrário, a vida de algumas pessoas ainda me assusta. A morte, de fato, pode ser a coisa mais preciosa que temos. Alguns ainda não estão prontos para viver. E deve realmente ser assustador nascer num mundo como o nosso, como o fizemos. E do que estamos fugindo afinal? Não há pra onde ir. Por isso trancar-se num lugar onde você imagina deter ainda algum tipo de controle pode ser reconfortante, mas não deixa de ser uma fuga. E quando a fuga termina é redenção ou liberdade. Em que direção você caminha agora?