terça-feira, 8 de maio de 2012

O (quase) feliz!

O momento em que você é quase feliz. Não fosse pela hora, pois você está atrasado. Não fosse pelo cabelo que hoje resolver criar vida própria. Não fosse pelo café, amargando a sua manhã. Se assim não fosse, então você estaria feliz. Aquele momento onde as coisas quase dão certo e você tá quase otimista. Um dia quase bom, com pessoas quase boas e você é quase alguém. Não fosse pelo fato de você não ser. Não fosse por ser quem é. Não fosse por ser como é. Não fosse por ser a vida, como ela é e como você não a quer.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Do dia

Que me queira como eu estou
Aonde quer que eu vá
Com tudo que restou

Indo de encontro com nada
Se misturando ao enredo
Outra história entrecortada

Esperando o vazio
Navegando nas águas
De um outro rio

E onde fores, me leve
Nem que seja ao fim
Mesmo que seja breve

sábado, 3 de março de 2012

Parto em pedaços, ainda inteira.

Dando um passo de cada vez eu vou pra onde o vento me levar. De olhos fechados e coração atento, pois só quero me lembrar das coisas que importam. Dois pés de uma vez e eu fico parada. Se um está na frente, logo o outro é perdedor. Ganhar pela metade é perder por inteiro. E perdendo um dia todo dia, eu sigo pela estrada desconhecida de uma vida sem roteiro. Minha mente não tem paradeiro. A consciência procura se perder a todo custo, só pra depois me lembrar o quanto de mim ainda restou. Minha quantidade é insuficiente. Meu estado atual: ausente. Eu tô mais pra indigente. Pagando pra ver o dia anoitecer sem garantias de amanhã. Eu quero mais é me perder pra ninguém mais achar. E quem sabe assim eu não me encontro? Eu só sei dos desencontros. Das mesas reviradas e do passado que não sabe o seu lugar. Do presente que eu me dei. Do futuro que é daqui a 3 segundos e ainda assim é incerto. Tô querendo dar um tempo desse tempo, pra ter tempo de pensar. Pena que trégua de vida é morte, caso contrário era de se pensar. Mas a vida não pára e o tempo não te dá tempo algum. Eles passam, escorrem, te levam e você nem sabe onde vai parar. Quem sabe tá todo mundo perdido e eu sou a única a perguntar? O mundo anda ocupado demais pra notar. Vou partir antes da noite virar dia que é pra ter tempo de voltar.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dúvida

Eu duvido da felicidade escancarada. Duvido dos amores declarados aos gritos e também do ódio que arranca sangue dos olhos. Eu duvido de sorrisos largos que duram mais que cinco segundos. Pessoas realmente felizes não precisam provar pra ninguém que são felizes. Acredito que quando alguém precisa gritar seu contentamento para o mundo, está tentando na verdade gritar para si mesmo que é feliz, e talvez assim, ele finalmente acredite nisso. Às vezes os momentos mais preciosos acontecem por um breve momento onde o silêncio é a única testemunha que de fato você precisa. Quer dizer, o Sol não precisa te causar uma queimadura por dia pra dizer que sim, ele está lá. Muito embora seja preciso que por vezes alguém se queime para ter consciência de sua presença e poder. E é assim com a felicidade e todas outras coisas importantes. É bastante provável que você já tivesse que passar por dias muito tristes pra aprender a dar valor aos outros dias, que embora não sejam gloriosos, são bons só por não serem tristes; e só de lembrar disso, você já fica feliz. E não me leve a mal, mas dias tristes são essenciais apenas por existirem. Quem consegue suportar a ideia de uma vida sem lágrimas? Felizes ou tristes, o que há de mais importante nos dias é o fato nascerem e morrerem, um após o outro, pra sempre. E a continuidade é característica exclusiva do tempo, por isso duvide de tudo e de todos. E se permita mudar, sempre que possível. Não deixe que um dia determine toda a sua vida. Não dependa de rótulos nem de sentimentos só porque em algum momento eles te serviram. Não escancare quem você é e então experimente a sensação de ser o que você quiser.