quinta-feira, 29 de março de 2012

Do dia

Que me queira como eu estou
Aonde quer que eu vá
Com tudo que restou

Indo de encontro com nada
Se misturando ao enredo
Outra história entrecortada

Esperando o vazio
Navegando nas águas
De um outro rio

E onde fores, me leve
Nem que seja ao fim
Mesmo que seja breve

sábado, 3 de março de 2012

Parto em pedaços, ainda inteira.

Dando um passo de cada vez eu vou pra onde o vento me levar. De olhos fechados e coração atento, pois só quero me lembrar das coisas que importam. Dois pés de uma vez e eu fico parada. Se um está na frente, logo o outro é perdedor. Ganhar pela metade é perder por inteiro. E perdendo um dia todo dia, eu sigo pela estrada desconhecida de uma vida sem roteiro. Minha mente não tem paradeiro. A consciência procura se perder a todo custo, só pra depois me lembrar o quanto de mim ainda restou. Minha quantidade é insuficiente. Meu estado atual: ausente. Eu tô mais pra indigente. Pagando pra ver o dia anoitecer sem garantias de amanhã. Eu quero mais é me perder pra ninguém mais achar. E quem sabe assim eu não me encontro? Eu só sei dos desencontros. Das mesas reviradas e do passado que não sabe o seu lugar. Do presente que eu me dei. Do futuro que é daqui a 3 segundos e ainda assim é incerto. Tô querendo dar um tempo desse tempo, pra ter tempo de pensar. Pena que trégua de vida é morte, caso contrário era de se pensar. Mas a vida não pára e o tempo não te dá tempo algum. Eles passam, escorrem, te levam e você nem sabe onde vai parar. Quem sabe tá todo mundo perdido e eu sou a única a perguntar? O mundo anda ocupado demais pra notar. Vou partir antes da noite virar dia que é pra ter tempo de voltar.