domingo, 9 de junho de 2013

Just Like Me

Sigo tentando ler o mundo ao meu redor. Observo por gosto, absorvo por hábito. Entre a rotina de ir e vir, sempre existe algo que permanece, que prende a atenção e implora pra ser lido. Assim eu encontro pelo caminho pessoas que valem a pena observar, talvez absorver e sempre decifrar. E por não me interessar pela leitura comum, fácil e descartável, sempre que posso me envolvo num enredo complexo onde a descoberta é o melhor estímulo que se pode ter. O interesse é sempre achar algo novo; talvez em comum, mas nunca comum. E você é assim, como um espelho pra mim. Não que eu veja meus reflexos em você, mas não se pode negar os traços idênticos marcados por vidas nada semelhantes mas igualmente interessantes. Me perguntou se era escancarado. Digo que por mais velado que fosse, eu ainda me enxergaria por aí. Como os opostos se atraem, os iguais se reconhecem. E é como se já tivessem se conhecido. Digo que nos reconhecemos. Entre tantas letras penduradas, melodias tocadas e vontades parecidas, uma certeza: somos ímpares, embora em número sejamos par. Seja quem você quiser porque você pode. Mas seja você porque eu quero. E pelo que eu não quero. Não quero me sentir sozinha. Quero olhar e me reconhecer e saber que fui reconhecida. E compreendida. E admirada. Nem que seja pelo fato de saber reconhecer alguém como você. E como eu. Como nós dois.