quarta-feira, 12 de março de 2008

Dois Lados

Dois lados. É basicamente do que somos feitos. Basicamente. Há sempre vantagens quando se é bom. Mas há um certo prazer imdiato e incomparável quando se é mau. A vilania sempre foi imposto como algo totalmente ruim. Generalizar não é lá muito sensato. Digamos que a maldade é essencialmente ruim, mas tem um quê de satisfação. Se assim não fosse, então porque seríamos seduzidos pelos vilões? Veja bem, não é a maldade que nos atrai, mas sim o simples fato de todo vilão ter uma complexibilidade que nos fascina, principalmente quando nos sentimos próximos dos mesmos. Adoramos ver os conflitos que eles têm consigo mesmo. Dúvida, sofrimento, tortura, distorção, vingança, desejo e incompreensão. Sentimentos que a maioria de nós partilha. Não os adoramos porque eles são frios e cruéis, mas sim porque são exatamente como nós, humanos; seres humanos que cometem erros e algumas vezes não se arrependem. Por outro lado, existe o bem. A luz, a alma mais bondosa, sem rancor e ódio dentro do peito. O bem absoluto que não tem ira e sempre se sujeita mas nunca ataca. Esse bem pode parecer uma solução pra nós, uma vez que nos vemos num mundo cada vez mais desequilibrado e sem nexo. Mas isso é só a primeira vista. Um "bem" tão bom assim não seria cabível. Não neste mundo. Provavelmente sofreriam tanto nas mãos dos tiranos, que seriam extintos logo. O bem total não é a solução. Um mundo sem emoção, paixão e vontade lutar seria o que nós teríamos. O bem não é a saída; nem o mau. A saída é o meio. Sim o meio-termo. Se há um céu e um inferno, estamos no meio com certeza. E é desse equilibrio que vem toda a nossa magia e vergonha. Há de se convir que ninguém aguentaria um mundo onde só a maldade sobreviva. Muito menos um mundo onde só haja o bem. Tudo o que temos, construímos e somos é graças à esse equilíbrio entre o bem e o mau. O mau nos impulsiona a fazer o bem. E o bem nos cansa ao ponto de experimentarmos o mau. Apesar de a balança não estar tão equilibrada quanto deveria, é isso o que nos move. Temos dois lados e é isso o que nos faz interessantes e únicos. Podemos ser o que quisermos, escolher qualquer lado. E ainda temos a chance de reavaliar nossos conceitos e convicções para achar o equilíbrio, que discordando do grande poeta Renato Russo, pode não estar tão distante assim. É só querer. E depois assumir seus desejos e escolhas.

Um comentário:

  1. "O mau nos impulsiona a fazer o bem. E o bem nos cansa ao ponto de experimentarmos o mau"

    Oi estranha!
    Vc que escreve?
    Bacana! Curti
    Vida estranha ne?

    bjo.

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