sábado, 3 de março de 2012

Parto em pedaços, ainda inteira.

Dando um passo de cada vez eu vou pra onde o vento me levar. De olhos fechados e coração atento, pois só quero me lembrar das coisas que importam. Dois pés de uma vez e eu fico parada. Se um está na frente, logo o outro é perdedor. Ganhar pela metade é perder por inteiro. E perdendo um dia todo dia, eu sigo pela estrada desconhecida de uma vida sem roteiro. Minha mente não tem paradeiro. A consciência procura se perder a todo custo, só pra depois me lembrar o quanto de mim ainda restou. Minha quantidade é insuficiente. Meu estado atual: ausente. Eu tô mais pra indigente. Pagando pra ver o dia anoitecer sem garantias de amanhã. Eu quero mais é me perder pra ninguém mais achar. E quem sabe assim eu não me encontro? Eu só sei dos desencontros. Das mesas reviradas e do passado que não sabe o seu lugar. Do presente que eu me dei. Do futuro que é daqui a 3 segundos e ainda assim é incerto. Tô querendo dar um tempo desse tempo, pra ter tempo de pensar. Pena que trégua de vida é morte, caso contrário era de se pensar. Mas a vida não pára e o tempo não te dá tempo algum. Eles passam, escorrem, te levam e você nem sabe onde vai parar. Quem sabe tá todo mundo perdido e eu sou a única a perguntar? O mundo anda ocupado demais pra notar. Vou partir antes da noite virar dia que é pra ter tempo de voltar.

Um comentário: