sexta-feira, 4 de julho de 2008

As coisas que a gente não sabe explicar

Eu estive pensando sobre coisas que não se deve pensar. Tive idéias que não condizem com a realidade. E essa é a grande fascinação do pensamento. Um mundo que é só seu e que não tem limites. Você vê apenas o que quer, sente o que não existe, vive onde não há nada. Seus pensamentos são inacessíveis até que você permita que alguém saiba quem é você quando não está aqui. E mesmo que permita, jamais sentirão o mesmo que você. Eu não sei dizer o que se passa pela minha cabeça. Não conheço meus desejos; não sei nem mesmo o que me faz bem ou mal. Não sei de vou descobrir algum dia, de fato, o que sinto. E eu não tenho certeza de nada. Eu durmo a noite pra acordar num dia diferente, todos os dias. E os dias acabam sendo todos incrivelmente iguais. Eu sei e você também sabe que ninguém sabe nada do que vem pela frente. Mas mesmo assim essa sensação se torna tão particular dentro de você. É um desespero isso de querer adivinhar os dias que ainda não chegaram. Você deixa de viver o presente pra pensar no futuro. Uma busca inútil porque logo o futuro se torna o presente e você perde as coisas pelas quais tanto esperou. Mas é um vício. Em certos momentos essa fuga torna-se invitável. E se você perde o controle, vê sua vida passar e nem sente. No fim você ainda não sabe se vale a pena viver o dia de hoje ou se é melhor fugir para o amanhã. E nunca saberá. Então deixe ir sem grandes pretenções. E ao final você vai descobrir que a vida é mesmo(quem diria?) o breve intervalo entre o nascimento e a morte. E que ela não significa tanto quanto você pensa, mas que ela é essêncial para que todas as outras vidas aconteçam. Isso pode ser muito bom. Ou não. Quem sabe? Eu é que não.

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