quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Dançando com a vida

Ponho a música baixinha e a convido pra dançar. Ela vem junto à mim, como se fossemos um só. É mais que um encontro; é uma troca. Ela me olha de um jeito enigmático, como se quisesse meu bem e meu mal. Sorri com o canto da boca e depois sacode a cabeça. Seus cabelos me arrastam pra um lugar que eu desconheço. Seu cheiro é de perigo. Às vezes é como se ela não estivesse lá. Dá até vontade de se livrar dela. Mas ela é maior que todas as minhas vontades. Ela me oferece tudo o que alguém pode querer e até o que qualquer um teme. Dá passos inseguros e muitas vezes me deixa cair. Só que de repente ela me pega com suas mãos fortes e me faz dançar de novo. Eu sei que um dia ela vai me deixar. Seu voto comigo é : "até que a morte nos separe". Já me deixa saudades. Mesmo quando eu a chingo, não tenho coragem de deixá-la. Ela é tão única, especial. Mas é frágil. Como é. Um cristal tão leve quanto o vento. E ela me cobre de esperanças e medo. Será que é amor? Não, o amor existe. Mas é ela quem o abrange. É vida, meus caros, vida. Como é bom dançar!


Seus ventos
Me sopram
Pra bem longe
De onde eu deveria estar


Um comentário: